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Mudança de alerta do coronavírus em pandemia pressiona Olimpíadas

Esporte 15/03/2020/ 00:00:36
Mudança de alerta do coronavírus em pandemia pressiona Olimpíadas
Comitê Olímpico está pressionado por decisão de OMS Kimimaa Mayama/EFE - 28.2.2020


O aumento no nível de alerta feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mudando o status do coronavírus para pandemia (a última das seis fases de classificação de surtos), coloca ainda mais pressão no Comitê Olímpico Internacional (COI) e no Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio. A competição está marcada para começar em 24 de julho, no Japão, mas essa decisão muda o cenário jurídico para a realização do evento.



A próxima reunião executiva do COI está marcada para 15 de junho, em Lausanne, mas dada a importância do assunto ela poderia até ser convocada emergencialmente antes disso. O posicionamento do comitê internacional sobre a manutenção da Olimpíada na data programada se deu logo após uma reunião com a OMS, que não haver motivos para mudanças, mas que iria monitorar a situação. Só que o alerta de pandemia deixa esse panorama mais complexo.



Se em um ou dois meses o problema do coronavírus continuar crescendo no mundo - a velocidade de propagação da doença nesse momento é alta -, o COI terá de tomar uma decisão mais drástica. Obviamente não existe ainda um prazo para isso acontecer, pois uma mudança de data dos Jogos ou cancelamento afetaria atletas, patrocinadores e a cidade-sede, entre outros.



São alguns cenários que estão colocados. O primeiro é manter como a programação está, mas para isso o ideal seria o coronavírus estar sob controle no mundo e a OMS rebaixar o status de pandemia. Para se ter uma ideia, quando a entidade declarou pandemia em 2009 com o surto de Influenza A (H1N1) levou um ano e dois meses para que isso fosse alterado.



Outra possibilidade é a realização dos Jogos Olímpicos sem a presença de público (caso o coronavírus continue sendo uma pandemia). É uma medida extrema, mas que resolveria o problema de uma contaminação maciça. Só que essa alternativa não garantiria a saúde dos atletas, que ainda estariam sob risco de pegarem a doença. E necessitaria de acordo com os patrocinadores.



É possível ainda adiar o evento por um ano. O COI teria de mudar sua Carta Olímpica, que rege que os Jogos precisam ser realizados em 2020, e teria de fazer um aditivo no contrato com a cidade-sede, pois a realização do evento é prevista apenas para este ano. Isso daria tempo para ter um controle maior sobre o coronavírus e, apesar de atrapalhar a preparação dos atletas, eles teriam tempo de se ajustar e também de finalizar as classificações para Tóquio (muitas estão sendo adiadas).



E o pior dos cenários seria o cancelamento da Olimpíada. É uma situação limite, que obrigaria a devolução do valor dos ingressos para os fãs que os compraram e faria com que o COI e Comitê Organizador entrassem em uma grande batalha jurídica sobre seguro. É muito dinheiro envolvido. "Tóquio-2020 nunca falou sobre cancelar os Jogos. Os preparativos continuam como planejados", disse em nota o Comitê Organizador.



Na história, os Jogos Olímpicos só foram cancelados por causa da Primeira (1916) e Segunda Guerra Mundial (1940 e 1944). O COI não quer que isso aconteça novamente, desta vez por causa de uma pandemia, e esse debate estará na mesa na próxima reunião do Comitê Executivo. O presidente da entidade, Thomas Bach, tem força nessa instância de decisão, que deve sair de forma unânime. Se a emergência médica não mudar até lá, o debate será longo.



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Fonte: r7.com

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