Manifestantes saem às ruas do Iraque reivindicando novo governo
Depois de quase dois meses sem um governo por conta da renúncia do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Bagdá e as províncias do centro e sul do Iraque, nesta sexta-feira (16), para exigir a formação de um novo governo liderado por uma figura independente.
Após as manifestações em massa da semana passada para mostrar sua rejeição aos recentes ataques dos Estados Unidos e do Irã em seu território, milhares de pessoas voltaram às ruas para exigir a formação de um novo governo independente que trabalharia na convocação de eleições antecipadas.
Da Praça Tahrir, na capital Bagdá, epicentro dos protestos que ocorreram contra a corrupção e o desemprego em outubro do ano passado, Abdelamir Saleh, de 26 anos, disse à Agência Efe que "as manifestações continuam e nunca vão parar" até que as demandas do povo e indicou que o número de manifestantes está aumentando.
"Não voltaremos para nossas casas, nem deixaremos as praças até que nossas exigências sejam atendidas", disse Saleh, observando que uma das demandas é que eleições antecipadas sejam realizadas sob a supervisão das Nações Unidas e de outros organismos internacionais.
Para a próxima semana, o proeminente clérigo xiita Muqtada al-Sadr convocou uma grande manifestação contra a presença de tropas estrangeiras no país, depois que no último dia 3, os EUA mataram o poderoso comandante iraniano Qasem Soleimani, em Bagdá.
Após a morte do iraniano, o Parlamento iraquiano aprovou uma moção para convencer o governo a expulsar as tropas estrangeiras do Iraque, considerando o ataque uma "violação da soberania", enquanto a coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico suspendeu temporariamente suas operações.
Durante as manifestações de hoje na capital, muitas das congregações apresentaram faixas de apoio à mais alta autoridade xiita do Iraque, o aiatolá Ali al-Sistani, que ontem passou por cirurgia após ter fraturado o quadril.
Com o aiatolá ainda em recuperação, os iraquianos não contaram esta semana com o sermão semanal de Al Sistani, muito amado e respeitado pelas autoridades e manifestantes.
Fonte: r7.com