Agora é oficial: Salão do Automóvel de SP só em 2021

A Anfavea tornou oficial nesta manhã a informação de que o Salão do Automóvel foi adiado para 2021. Após a desistência de várias montadoras como Chevrolet, Toyota, Honda, BMW, PSA (Peugeot e Citroen), Mitsubishi e Volvo a Anfavea, associação nacional dos fabricantes de veículos, anunciou que fará uma rodada de discussões sobre o formato do evento para o próximo ano.

No entanto, não há uma data nem formato definido deste futuro evento. A entidade promete avaliar com as montadoras e discutir as ideias com os promotores do evento.

Formato é considerado ultrapassado para montadoras que querem mais atrações e custo menor Salao do Automóvel

Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, disse que ?as apostas estão na mesa: podemos rediscutir o formato, discutir esse investimento, que é alto, feito pelas montadoras, a cidade e o local?, disse.

O presidente da Anfavea também destacou que incertezas quanto a alta volatilidade do dólar, o cenário político do país e até mesmo os impactos do coronavírus afetaram a tomada desta decisão. Existe a possibilidade da Reed Exhibitions fazer um evento ainda este ano em formato reduzido mas que não será do porte do Salão do Automóvel e até mesmo este novo formato não esta definido.

Custo alto

Montadoras pagam até R$ 300 milhões para participar do Salão e tem limitações para atividades Salao do Automóvel

O executivo lembrou que o investimento feito pelas marcas no evento chega a R$ 300 milhões. Os custos incluem locação do espaço, montagem dos estandes, transporte, shows, cachê de artistas entre e até taxas cobradas por autoridades como a CET para dar suporte ao trânsito impactado nos locais de exposição. ?Tem uma forma de fazer diferente? Tem uma forma de negociar esse investimento que é alto??, indagou. Segundo os dados da Reed Exhibitions, o impacto positivo para a economia de São Paulo com o Salão do Automóvel é da ordem de R$ 320 milhões com a geração de 30 mil empregos temporários.

Divulgação

Ainda segundo a própria Anfavea, o formato do evento precisa de uma profunda revisão. Atualmente as montadoras pagam os custos para participar (a locação do espaço, as empresas que montam os estandes e a programação ao longo das duas semanas de evento), a organização cobra os ingressos do público (além do estacionamento e alimentação), mas não há por exemplo, venda de veículos no Salão do Automóvel como uma maneira plausível de justificar esse investimento. "Essa lógica precisa ser revista", disse Moraes.

Recentemente o R7-Autos Carros esteve no Salão de Washington, um evento local fora da rota dos grandes Salões do Automóvel e constatou que apesar da exibição dos veículos o foco do evento é comercial. No pavilhão, há desde pequenos expositores a mostras alternativas de veículos antigos, de produtos ligados à area automotiva, área de test-drive e equipes de vendedores rodando pelos espaços cadastrando interessados. No evento é possível já simular a aquisição do carro e aprovação do financiamento com intermédio das concessionárias da região que entram no processo conforme o CEP do cliente. 

Salão de Washington: exposição menor e foco em angariar novos clientes durante o evento Marcos Camargo Jr

Assim, montadoras, entidades e organizadores de eventos devem se unir para discutir os rumos deste evento tão tradicional que ocorre no Brasil desde 1960.